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A mostrar mensagens de novembro, 2018

RETRATOS-OS-MONTES

            Essa pincelada cor de alcatrão que serpenteia de forma confusa profundos montes e altos vales segue uma direção, incerta, como uma ruga num terno rosto. Desperto-me a segui-la, num estado hipnótico, a sua silhueta sem fim, as suas demasiadas curvas e o enlevo que causam em mim! Talvez nem sejam as curvas, talvez nem seja o jeito do pintor, talvez… Talvez seja somente a força que a curva, a rude tela que a suporta, o olhar que a ignora.             Segue, continua seguindo, presa a um só destino, cobrando a todos que nela se aventuram esse seu castigo. E forçado à sua vontade num sentido só, sigo, sigo por vários caminhos sem que ela o descubra, sigo no silêncio por lugares distantes tão distantes quanto a memória.             Devaneio percorrendo contornos vários, luzes e sombras, encontro o horizonte oculto nos lugares da imaginação, esse traço do infinito, procuro infinitamente perdido nos recantos infinitos desses vários contornos. Incessante busca, obsessiva, co