Os copos da Globalização!

Desta vez, venho tentar dar outra perspectiva de uma das actuais crises mundiais. Esta crise imerge da liberalização dos mercados e abertura de fronteiras nas últimas décadas, essencialmente nos anos 90, que trouxeram consigo maiores igualdades e oportunidades. Imaginemos dois copos, um que representa os países mais desenvolvidos (copo cheio), e o outro, os países menos desenvolvidos (copo menos cheio).

Apelo à sua imaginação: se aos dois copos, ligarmo-los através de uma palha na parte inferior dos copos, o líquido contido nos dois copos tende ao mesmo nível. Pois o mesmo se está a passar com a abertura de fronteiras as quais serviam de protecção aos países. Com o nível de vida dos países menos desenvolvidos a crescer é natural ver-se o inverso nos países menos desenvolvidos. Pode parecer-vos estranho, mas fácil de aceitar se assumirdes os recursos da Terra escassos. Outra agravante é a fuga das empresas para locais onde se tornam mais competitivas através de baixos custos das matérias-primas, mão-de-obra barata e liberdades legais (como ausência de direitos dos trabalhadores). Com a fuga das empresas baixa também a produtividade do país, aumenta o desemprego que faz baixar os salários. Até aqui e pouco mais, todos esperávamos, mas talvez alguns não esperavam, é que, perdêssemos direitos dificilmente conquistados como o número de horas de trabalho, o trabalho a contrato efectivo, entre muitos outros, tanto ou mais essenciais a uma vida de qualidade. Como o desenho mostra, a abertura fará com que o nível de “água” nos dois copos seja igual. O mesmo se passa com os países. Para evitar que isto aconteça é preciso um esforço enorme por parte dos Estados em apoiar as suas empresas de forma a proporcionar um equilíbrio, talvez esforço esse impossível de o concretizar sem voltar um pouco atrás a medidas proteccionistas de forma a derrubar barreiras sem que a excitação nos derrube a nós.

Nota: (Notícia a 17 Dez 2008 - O Parlamento Europeu votou hoje pela proibição das jornadas semanais de trabalho superiores a 48 hora… os deputados votaram a favor por 421 contra 273, com 11 abstenções.)

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