O Estado é o Senhor Polícia, o Juiz, o Advogado, que, como um indivíduo, trabalha em troca de um ordenado, que todos nós pagamos em forma de deveres, mas ao contrário do advogado, não o podemos mandar embora.
Opressor, déspota, aquele que abusa da autoridade para vexar os que dele dependem, é o que encontramos por aí, e também no dicionário, e cada vez mais aqui e ali, como se de um elemento natural se tratasse, como as heras que ofuscam a beleza da natureza que cobrem, também aquele espécime tolda a força da democracia. Pequenas incubadoras onde, num nicho de medo e opressão, fermentam pequenos tiranos de algibeira, daqueles que nem numa carteira da feira da ladra teriam lugar mas que se fazem enraizar nas profundezas da fragilidade humana, nas vazias cavernas da Lei. São uma espécie indiferenciada, de estatura média, habitualmente afáveis e prestáveis, capazes de numa prometida bondade adiada oferecer responsabilidade, compromisso, perspetiva de futuro àqueles mais incautos que hipotecam num cheque em branco a miragem de um amanhã a troco do presente agrilhoado em plumas. O Estado de direito tem-se delegado enquanto subescritor tácito dos direitos e ativo legislador dos de
As conceções contemporâneas e designadamente as importações extemporâneas, ou até mesmo exóticas para algumas realidades, têm conduzido a alguns mismatch na praxis , a uma divergência crónica entre o expectável e o real. Naturalmente muito se poderia aqui encaixar, despertando-me para o efeito, especial atenção, o erro dos recursos humanos. Se o erro, como irei expor, terá raízes mais profundas, também à superfície adivinhamos desde logo na aceção de Recursos Humanos a inquinação deste mesmo conteúdo. Algo de valor superior, que atenta ao valor humano, o alento das organizações, falo naturalmente do espírito e dote genuíno de cada homem e mulher, pois do que seria das organizações se delas, por elas ou para elas excluíssemos a vocação humana? É precisamente aqui, ou melhor dizendo, nos recursos humanos que encontramos o então calcanhar de Aquiles, quando é retirada a essência desta conceção e se instrumentaliza, isto é, transforma-se numa ferramenta, num departamento, nu
Chegou o Outono, a terna estação que nos conforta do êxtase do verão e nos afaga a alma para a austeridade do inverno. És conciliador, és moderado, és a força da juventude e a beleza da idade. Os verdes revigoram-se no dourado brilho do sol, no seu crescente crepúsculo, sorrindo para um novo ciclo de esperança, acenando saudosos para um novo amanhã. Os castanhos, esses, agora aveludados, nas suas rugas se engelham com a expressão madura da tolerância, o olhar suave dos tempos fixado num horizonte ao entardecer. És tu Outono, ponderado e mediador nesse equinócio que restabelece a temperança do equilíbrio entre a intensidade da luz e a extensão da sombra, pois se no breu nada se vê, também na claridade excessiva pouco se enxergará. Tu, Outono, és o raio que intercala as nuvens, que irrompe a nébula e nos promete a vida. És o desassossego quando o chilrear dos pássaros se volta a confundir com os sons das crianças, desses espíritos livres que regressam às escolas. Cantarolam,
Comentários
Enviar um comentário