Guerra da Água (Parte I)

A água, um dos principais bens necessários à existência de vida.
É graças a este bem natural e cada vez mais escasso, que as primeiras formas de vida apareceram neste planeta. Descrito pelos que já puderam observá-lo do espaço, assemelha-se a uma grande esfera azul. As grandes manchas azuis observadas do espaço são os conhecidos oceanos e mares que são nem mais nem menos que grandes porções de água. Perante tal quantidade de água, porque se defrontam civilizações e grandes organizações tentam fazer com que não haja sede e mortes pela falta deste bem nos quatros cantos do mundo? A Turquia, é um dos principais países envolvido na guerra da água.
A barragem de Ataturk, é a maior da Turquia e uma das principais causadoras desta guerra. A água transportada através dos canais provenientes desta barragem é utilizada principalmente para a agricultura, para a rega dos campos cultivados que se encontram nas margens destes canais. A produção agricula na Turquia envolve sobretudo o cultivo de cereais e algodão. A energia produzida pelas turbinas desta barragem equivale à energia produzida por duas centrais nucleares. A energia fornecida chega a iluminar mais de metade do território turco. Quanto à água utilizada para o cultivo de algodão são cerca de 10 mil toneladas deste bem para produzir apenas 1 tonelada de algodão. Os gastos na rega deste tipo de culturas não compensam, senão vejamos o caso dos cereais. Um camião de cereais rende apenas em média 100€, o que nos mostra que este tipo de culturas é mais praticada por grandes investidores. Para os mais pobres a agricultura é o principal emprego. Inclusive as crianças têm de trabalhar para que a família se possa sustentar. Como foi referido anteriormente a agricultura na Turquia é para os mais ricos não só pelos gastos que se tem neste tipo de actividade mas também, porque para a prática de tal, são necessárias terras para cultivar e o problema encontra-se aí mesmo. Essas terras são muito caras devido à sua proximidade dos canais. A água para as regas chega em Maio, a irrigação só acaba em meados de Julho. Para utilizar a água nas regas pagam-se cerca de 2€ por cada 100 litros. A mão-de-obra é mais barata pois é trazida das aldeias.Esta água, não chega a todo o lado mas um novo plano de construção está a ser levado a cabo com a construção de aquedutos. Com estes novos planos muitas aldeias ficaram e ficarão submersas, devido às águas da barragem que ali vão passar. Devido a tal, foram dados a cada aldeão 3500€, uma ninharia quando comparada com os lucros que o Estado turco vai conseguir graças a este projecto. No entanto os 3500€ nem para uma nova casa chegam. Muitas destas famílias ficarão sem abrigo, tudo por causa da construção de um novo canal para que a água do Eufrates chegue a todos os cantos da Turquia. O problema da construção destes canais não interfere apenas com o desenvolvimento socio-económico da Turquia mas também com a Síria, pois as águas do Eufrates também passam por este país. A Síria encontra-se em cuidados, pois a água retida pela Turquia, já chega imputável e com excesso de minerais que matam as culturas deste território. A Síria e a Turquia ainda tentam negociar o consumo de água pois, devido ao programa Turco, a Síria encontra-se agora sem água em quase toda a sua superfície. A Síria, mediante o progressivo crescimento e aproximação do mundo ocidental por parte da Turquia vê-se impossibilitada de tomar decisões mais bruscas. Mas será que as causas deste tipo de problemas apenas surgem em países muçulmanos ou do Médio Oriente?

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