Relacionamentos... Os nossos dias!

Caros leitores, peço antes mais, desculpas, pois o tema que irei abordar foge um pouco ao habitual tipo de mensagem aqui publicada! No entanto, o seu objecto é bastante contemporâneo e tem feito parte de toda e qualquer organização social existente, desde a existência de qualquer forma comunitária. A minha proposta é pois, o relacionamento. São vários, dos quais, entre colegas, relacionamentos de amizade, de família, de namoro e até o casamento! Vivemos dias agitados, o trabalho, a faculdade, o percurso casa-trabalho-casa, no qual nos resta pouca disponibilidade para vincular traços afectivos!Deparamo-nos com amizades voláteis, famílias deserdadas, namoros descartáveis, casamentos que se revelam contratos de curto prazo, enfim… A carência de relacionamentos duradouros e verdadeiros.Não sei qual a sua opinião, caro leitor, mas a mim parece-me que cada vez menos nos preocupamos com as raízes de qualquer relação, a confiança e a compreensão! Na verdade, investimos a pouca disponibilidade que nos surge, no dia-a-dia, a tentar conhecer os que nos rodeiam e a descobrir incompatibilidades, se é que me faço entender! Passo a explicar, vivemos em tal desconfiança, que procuramos conhecer as pessoas antes de procurarmos confiar nelas. Duas pessoas, ou mais, podem de facto conhecer virtudes e defeitos, uma da outra, mas na verdade nunca se chegam a conhecer. Conseguem sim, reunir várias informações acerca de ambas! Repare, se ao longo da nossa existência não nos depararmos com determinadas situações, jamais saberemos qual a nossa reacção perante elas, assim como aqueles que nos rodeiam, pelo que nem mesmo nós, nos conhecemos por inteiro!Procurando outra abordagem percebemos que, apesar de mais exigente, se começarmos por confiar e transmitir confiança a outro ser, estabelecer-se-á desde logo uma raiz mais forte e genuína, que permitirá então revelar aspectos da nossa personalidade com mais facilidade, assim como conhecermos um pouco mais quem nós abordarmos! Se tem um animal doméstico, diga-me como o conhece se o dialecto não é o mesmo? Se tem cães e/ou gatos, torna-se fácil perceber, que eles nos obedecem porque confiam em nós e atacam ou afastam-se de estranhos porque não há relação de confiança alguma!Ao confiarmos em alguém, torna-se então mais fácil conhecermos mais particularidades da personalidade de cada um e consequentemente existir uma maior compreensão e aceitação das divergências com que nos deparamos socialmente. Procuro pois, segundo o meu ponto de vista, incentivar um esforço no sentido de tentarmos confiar nos que nos rodeiam e naqueles que acabamos de receber, por forma a construir laços mais resistentes e verdadeiros promovendo assim a aceitação, a compreensão e a abertura intelectual de cada qual!

Comentários

  1. Parabéns pelo regresso aos posts no blogue, Filipe! Ainda para mais, com um tema nada simples... e lá me suscitou alguns comentários, mesmo que um pouco longe da minha costela de licenciado em psicologia! eheh

    Quando falas de confiança isso fez-me lembrar daquilo que se costuma dizer que as amizades mais sólidas que fazes são em situações extremas ou em que o apoio do outro é muito importante. Há sempre aquela ideia que as pessoas que fizeram a guerra juntas, mesmo com todas as diferenças que possam existir entre elas, de classe ou idade, de gostos e ideias, ficarão amigos para toda a vida, porque há entre eles uma confiança enorme - afinal, aquela pessoa ao teu lado salvou-te a vida. Nunca vive uma situação tão extrema para saber se tal se confirma. Mas dos meses que tenho passado fora do país, fico sempre com esta ideia: fazes grandes amizades. E talvez por isso que tu dizes: pessoas que têm ideias completamente diferentes, mas porque vivem grandes experiências juntos, estão unidos e se apoiam criam a tal confiança de que falas. Uma grande cumplicidade, se preferires. Aliás, seria aborrecido se fosse o inverno: pessoas que são muito parecidas contigo mas em que não confias. eheh

    Abrcs.

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  2. Meu caro colega e amigo Filipe, primeiro que tudo devo felicitar-te pela linguagem utilizada para redigir este texto. Caracterizada pela clareza e compreensao, torna-se perceptivel a todos os leitores e expressa de modo vincado a ideia relativamente ao assunto referido. Em segundo lugar dou-te os meus sinceros parabens por abordares um tema que, apesar de tao importante ser para a sociedade actual, poucas pessoas lhe dao o valor merecido. Quantos de nós dizemos: Eu confio em ti. Mas confio porquê? Será que confiamos mesmo? Em que nos baseamos para dizer que confiamos noutra pessoa? De que modo podemos garantir que confiamos noutra pessoa se o que sentimos por ela pode ser apenas segurança? De alguma maneira, o sentimento de confiança está ligado ao de segurança, mas será que sao a mesma coisa? Deixo estas questoes para todos nós reflectirmos sobre elas. De facto, a confiança, numa relaçao, hoje em dia, é de extrema importancia na medida que sem ela as relaçoes, quer sejam simples amizades ou fortes paixoes, nao predominam. Tambem se torna facil de dizer que confiamos em alguem, contudo dizer nao é o mesmo que sentir. Numa sociedade marcada pela primeira impressao, onde as caracteristicas fisicas comandam qualquer relaçao existente, torna-se demais evidente que a confiança, a sinceridade e a fidelidade entre seres deveria prevalecer sobre o aspecto fisico de uma pessoa. Qualquer ser, quando contacta pela primeira vez com outro, estabelece uma primeira impressao sobre ele, podendo essa primeira impressao ser modificada ou nao ao longo do tempo. Contudo, este contacto torna-se dificil quando alguem que sofreu "desgostos" no passado nao deixa que se estabeleça uma nova relaçao. Assim, denota-se a maior ou menor confiança que existe nas relaçoes entre seres humanos. Dai que este tema se torna tao importante para qualquer ser humano, mas pergunto quantos sao os escritores que se debruçam sobre este assunto?
    É deixando mais esta questao que me despeço, sem mais uma vez congratular-te por teres abordado este tema de forma tao clara e concisa, com um abraço e com o desejo que continues a escrever sobre assuntos tao interessantes e importantes para todos nós, seres humanos.

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  3. Filipe Cortesão (o autor)15 de setembro de 2009 às 16:46

    Agradeço os comentários, aproveito deste modo para dizer que apenas pretendo clarificar o que muitas das vezes se torna confuso! Queria pois, explicar de forma simples e na perspectiva de um mero observador e não de um ideólogo invadido por diversos pensamentos e teorias e regras de observação e compreensão, da atitude humana, mas sim de alguém que convive e admira atentamente o meio dos relacionamentos humanos!

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  4. Na verdade, os relacionamentos humanos são algo de muito supreendente e concordo com o Pedro quando se diz que é em momentos de "aflição" que os verdadeiros amigos se revelam e eu tenho experiência disso. Quanto à confiança numa pessoa, algumas vezes essa pessoa não merece a nossa confiança, mas não é por isso que devemos deixar de acreditar em relacionamentos de amizade, amorosos.. Julgo que as desilusões de que falas, todos passamos e são experiências que nos fazem crescer e amadurecer, seja a perda de um amigo ou de alguém especial a nível amoroso. De facto, o ser humano é um ser complexo e nunca se conhece alguém na totalidade, porque todos nós usamos máscaras ou carapaças para nos protegermos e acabamos por só dar a conhecer ao outro uma parte de nós, mais socialmente aceite. Apenas quando já há uma relação de intimidade grande, deixamos "cair" a máscara e nos mostramos mais como somos, com virtudes e defeitos. Mas desconfio que nunca ninguém nos conhece melhor do que nós mesmos.
    Beijinhos

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  5. "... desconfio que nunca ninguém nos conhece melhor do que nós mesmos..."

    Oh Mariana, pode não ser verdade! Olha para o exemplo de uma mãe com um filho de 10 anos. Não é difícil pensarmos que essa mãe conhece melhor o filho do que ele mesmo. Perspectivando desta forma - como a mãe antecipa os comportamentos e os entende - também podemos dizê-lo para duas pessoas próximas. Não estou a querer generalizar mas acontece. Para além de que muitos de nós vivem em constante repressão, não conseguindo encontrarem-se nunca.

    bom post!

    Abraço

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