Batel "D'avida"



No silêncio da saudade
Como o apito que alenta,
Finco-me ao leme da verdade,
Perdido nas voltas da tormenta;

Sem madre que me guarde,
Sigo a bolina da sorte,
Sem vela que afague
E lágrimas de espuma enxugue;

Erro nos segredos do teu manto,
Entre os dedos escorregam teus cabelos,
Preso pela paixão dum pranto
Agarro-me à âncora dos medos;

Ergo o mais alto mastro,
Esqueço a terra sentida,
Já de porão basto
Oiço o sino da partida;

E de popa tocada
Pelo fado chorado,
Levo na memória salgada,
A tua culpa, perdoado!

por Filipe Cortesão
0707EZ20

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